Capitulo VI

Por Maria

Hoje é sábado, um dia marcado pela ansiedade! Antes de vos explicar o porquê, vou fazer um breve resumo do que aconteceu nestes últimos dias.

Conversei muito com os meus pais sobre a minha ida para o Algarve, como era de esperar eles não aceitaram. Ir para Portimão sozinha, sem conhecer ninguém, sem ter um lugar para ficar e tudo por causa de um sonho inútil – palavras da minha mãe – estava fora de questão. Contrariada com toda esta situação tentei faze-los mudar de opinião. O meu pai tinha o mesmo sonho que eu e nunca o conseguiu realizar, sim, foi um dos argumentos que tentei utilizar para os convencer de que não era uma coisa assim tão absurda. Eles continuavam irredutíveis na sua decisão, então, vi-me obrigada a utilizar um dos segredos que tenho vindo a guardar há algum tempo – o meu blog. Isso mesmo, contei tudo sobre o meu blog aos meus pais, a minha mãe ficou furiosa ao saber que eu falava com alguém que não conhecia pela net. Ao fim de lhe explicar tudo ela ficou mais descansada, contudo, ainda não estava convencida a deixar-me ir. Querem saber quem foi a minha salvação? Foi o meu pai. Como lhes contei que tinha alguém no Algarve que me deixava ficar em sua casa, o meu pai pediu-me para ligar à Mafalda e para falar com os pais dela. Demoraram horas ao telefone e nada ficou decidido, mas a minha mãe antes de me deitar, naquele dia, disse-me que me deixava ir mas se levasse o meu primo comigo. Refutei esta decisão, como é obvio. Eu já não sou nenhuma criança e, o meu primo tem as coisas dele, os amigos… não lhe ia fazer uma coisa dessas, porque se eu lhe pedisse ele vinha comigo, tenho a certeza… mas não sou egoísta ao ponto de lhe estragar as ferias.

Ontem, quando acordei a minha mãe disse-me que me deixa ir para Portimão. Pensei que estava a sonhar mas não… era verdade. O que mais me surpreendeu foi que ela ajudou-me a preparar tudo para a viagem, fomos ás compras e tudo. Eu tinha de viajar o mais rápido possível para não perder a vaga no concurso e vou viajar… hoje.

São dez da manhã e já estou na estação de comboios, os meus pais estão comigo e não posso negar que estou um bocadinho ansiosa.

- Filha, tens a certeza de que queres ir? – a minha mãe estava reticente ao que poderia acontecer no Algarve – Tu vê lá, se quiseres voltar… liga-nos e vamos a correr buscar-te.

- Não te preocupes mãe, vai tudo correr bem! – tranquilizei-a enquanto lhe dava um beijo e a abraçava

- Vai lá miúda, vais arrasar com eles todos. Ah! Cuidadinho com os rapazes!

- Ó pai, não te preocupes! Vou ganhá-lo por nós, se não fosses tu eu não teria este sonho.

O momento das despedidas chegou e… foi muito difícil. Era a primeira vez que iria passar tanto tempo longe dos meus pais. A minha mãe não conseguiu deixar de chorar, o meu pai apesar de não o ter feito, notava-se que também estava a sofrer com a minha partida.

Estou prestes a entrar no comboio, fui invadida por inúmeras duvidas. Pensava se era mesmo isto que queria fazer, se não me iria arrepender. Depois, havia toda aquela ansiedade e preocupação como é que iriam correr as coisas com a Mafalda… tinha medo que não nos déssemos bem, uma coisa é falar pelo computador, outra é pessoalmente. Não! Não vou desistir, não agora. Entrei no comboio, coloquei o meu mp4 e fui assim a viajem toda – a seguir o meu instinto.

Cheguei a Portimão por volta das seis da tarde. A Mafalda e a mãe estariam na estação à minha espera. Mal respirei o ar, senti-me… não sei explicar, mas o meu coração estava muito acelerado, estava muito nervosa, a minha aventura estava prestes a começar.

- Maria!? – alguém me chamou e eu voltei-me lentamente, um bocadinho a medo, eu sei que é estúpido porque deveria ser a Mafalda mas… era a primeira vez que nos víamos pessoalmente.

- Olá! – disse sorrindo, e foi como se tivéssemos a pensar no mesmo e abraçamo-nos

Cumprimentei a mãe dela, a D. Francisca. Foi muito simpática, alias elas tentaram fazer-me sentir em casa. Levaram-me a lanchar e depois fui conhecer a casa onde se tudo corresse bem iria passar três meses. A Mafalda ajudou-me a desfazer a mala e a arrumar as coisas.

- Meninas, hoje vão jantar mais cedo para poderem ir à festa da praia. – informou a D. Francisca

- Festa!? – perguntei confusa

- Sim. Hoje é a festa de inicio de verão e nós vamos. Isto claro se não estiveres cansada, aproveitas e ficas a conhecer o bar.

- Parece-me bem.

- Ainda bem, maninha! Agora vamos passar o resto da tarde a arranjarmo-nos para a melhor festa das nossas vidas.

Esperemos que gostem deste capitulo.

Queremos desejar-vos um Feliz Natal!